Chuva espalha destruição no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - As chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro mataram no total 257 pessoas desde terça-feira (11). Em Teresópolis, a cidad...


Rio de Janeiro - As chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro mataram no total 257 pessoas desde terça-feira (11). Em Teresópolis, a cidade mais atingida, morreram 130 pessoas no que o governo do estado chegou a descrever como a maior tragédia da história da cidade. Em Nova Friburgo, morreram 107 pessoas, de acordo com o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Em Petrópolis, os mortos são vinte, parte deles no distrito de Itaipava.
A infra-estrutura da região foi atingida com severidade. Houve falta de luz, telefone e transporte nas três cidades. Bairros inteiros ficaram isolados e só na noite desta quarta-feira (12) equipes de resgate começaram a dar conta da catástrofe em algumas das áreas mais atingidas. Em um desses esforços, foi resgatado com vida, sem arranhões, um bebê de seis meses de idade em Friburgo.
Oitocentos homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros tentam localizar desaparecidos em Teresópolis. O secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, classificou a chuva como a maior catástrofe da história de Teresópolis. Não foi possível escolher o que ia cair. Casa de rico, casa de pobre. Tudo foi destruído, disse a empregada doméstica de 27 anos, Fernanda Carvalho.
A prefeitura designou dois abrigos para receber desabrigados: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas. Os desalojados na cidade são 1280 e os desabrigados, 960.
Os bairros mais atingidos em Teresópolis foram Bonsucesso, Caleme e Biquinha. Também registraram vítimas Poço dos Peixes, Vale Feliz, Fazenda da Paz, Posse, Paineiras, Jardim Serrano, Parque do Imbuí, Granja Florestal e Barra do Imbuí, Pessegueiros e Salaquinho.
Nova Friburgo - Em Nova Friburgo, a maior parte das vítimas morava no bairro de Conselheiro Paulino. A chuva forte deixou a cidade sem sinal de telefonia, sem luz e sem transporte nesta quarta (12). À tarde, moradores perambulavam pela cidade cheia de lama sem saber o que fazer. O ginásio de uma escola estadual é usado como necrotério.
Na vizinha Petrópolis, o cenário é semelhante. No distrito de Itaipava, a água atingiu dois metros e meio de altura em alguns pontos da região. Uma escola no distrito abriga 30 famílias desalojadas.
A Defesa Civil da prefeitura de Petrópolis explica que toda vez que chove muito nos municípios de Teresópolis e Nova Friburgo, a água que desce da serra provoca o transbordamento do rio Santo Antônio, causando os alagamentos.
Em resposta a um pedido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a Marinha colocou à disposição dois helicópteros (um Esquilo e um Super Puma) para o transporte de pessoal e equipamentos dos bombeiros. Esses helicópteros se juntam a outros cinco do governo do estado na missão de carregar equipes e equipamentos serra acima.
O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, está na Região Serrana acompanhando o trabalho de resgate a vítimas. Cabral visita a região na quinta.
Na noite de ontem, a presidente Dilma Rousseff assinou uma medida provisória que destina R$ 780 milhões para os municípios do Rio de Janeiro e São Paulo atingidos pelas chuvas. Hoje, ela vai sobrevoar de helicóptero a região fluminense.
Na tarde de ontem, o secretário de Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, anunciou que o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e o programa Morar Seguro, do governo do estado, vão oferecer cerca de 1,4 mil casas para as famílias desabrigadas pelas chuvas na região serrana.
Minc sobrevoou de helicóptero, hoje à tarde, os municípios de Teresópolis, Friburgo e Petrópolis. Segundo ele, 15 frentes de ações emergenciais foram abertas para garantir soluções à catástrofe que atingiu a região.
De acordo com Minc, em Teresópolis são cerca de 2 mil famílias desabrigadas, sendo que 200 já foram atendidas com aluguel social. As demais serão recebidas em bairros vizinhos e por programas de habitação dos governos estadual e federal.
O município de Nova Friburgo montou um hospital de campanha, ao lado da prefeitura, para atender às vitimas. Até as 16h, 20 pessoas com ferimentos leves ou em estado de choque haviam sido medicadas. Entre os mortos estão três bombeiros que foram soterrados. Outros três bombeiros foram resgatados com vida e um quarto bombeiro continua desaparecido.
Em Friburgo, os moradores estão sem luz, água e gás. O transporte coletivo também não funciona e o acesso à cidade pelas estradas está prejudicado por causa da queda de barreiras. Os trechos obstruídos foram parcialmente liberados para a passagem dos carros de socorro e resgate. A chuva parou e durante toda a tarde moradores tentavam contabilizar os prejuízos, retirando lama de casas e o que sobrou de móveis.

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