Japão em alerta geral, números de vítimas podem ultrapassar os 10.000, segundo autoridades do Japão...
O grande sismo de sexta-feira à tarde (hora local) no Japão, que de acordo com os novos cálculos atingiu grau 9, e o violento tsunami que se...
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O grande sismo de sexta-feira à tarde (hora local) no Japão, que de acordo com os novos cálculos atingiu grau 9, e o violento tsunami que se seguiu podem ter provocado mais de dez mil mortos no Nordeste do Japão, segundo o chefe da polícia de Miyagi, citado pela imprensa japonesa.
Enquanto em Tóquio a Agência Meteorológica do Japão revia de grau 8,9 para 9 a intensidade do sismo, que o classifica como um dos mais fortes de sempre no mundo nas zonas mais próximas do epicentro prosseguem as buscas de sobreviventes, o número de deslocados supera os 600 mil e o País começa a ser preparado para enfrentar um balanço das vítimas muito superior ao que era feito até ontem.
“Não temos outra opção senão lidar com a situação no pressuposto que sem dúvida [o número de vítimas mortais] será na ordem da dezena de milhares”, afirmou o chefe da polícia do município de Miyagi, Naoto Takeuchi, citado pela imprensa japonesa.
A polícia de Miyagi informou que na sequência dos trabalhos das equipas de socorro foram encontrados mais 200 corpos na cidade de Higashimatsushima e que na cidade de Minamisanriku cerca de dez mil, mais de metade da sua população, estão desaparecidos.
Também foi informado que cerca de 4.400 pessoas continuavam isoladas no Sábado à noite nas cidades de Onagawa e Ishinomaki.
No município de Iwate, a Norte de Miyagi, a polícia local informou que “muitos corpos” foram encontrados ontem de manhã sob os escombros de Rikuzentakata e que estava a ser preparada uma operação a 640 que estavam isoladas.
Cerca de cinco mil casas foram submersas pelo tsunami nessa cidade, acrescentam as informações, que referem ainda que a municipalidade diz que apenas 5.900 numa população de 23 mil estiveram nos abrigos.
A imprensa japonesa refere ainda que na cidade de Otsuchi estão incontactáveis o presidente e outros funcionários municipais que se encontravam no edifício da Câmara que foi destruído pelo tsunami, tal como um lar de idosos, onde se encontravam 30 pessoas.
As autoridades da prefeitura de Fukushima anunciaram, por sua vez, que há 1.167 residentes desaparecidos, 918 deles da cidade de Namie.
O balanço oficial, no entanto, está em 983 mortos confirmados em Miyagi e outras áreas. A informação coloca em mais de dois mil o número de mortos e desaparecidos, sendo referido que nos municípios de Miyagi e Iwate, na costa do Pacífico, foram encontrados mais de 600 corpos.
As notícias acrescentam que, porém, os governos locais não têm informação sobre dezenas de milhares de pessoas e que pelo menos 20.820 edifícios foram total ou parcialmente destruídos.
A agravar estes quadro está o elevado número de deslocados. As notícias mais recentes dizem que nas áreas mais sinistradas pelo sismo e pelo tsunami mais de 450 mil pessoas foram retiradas, a que se juntam mais cerca de 180 mil que foram retiradas do perímetro de exclusão em torno das centrais nucleares de Fukushima, onde ontem uma explosão fez ruir o edifício exterior do reactor nº 1 e hoje as notícias dizem que um segundo reactor está em risco.
A imprensa nipónica, ao fazer hoje um balanço da destruição causada pelo sismo e pelo tsunami na sexta-feira ao princípio da tarde (hora local), indica ainda que segundo a Nippon Telegraph and Telephone Eastmais de 475 mil serviços de fibra óptica estavam inoperacionais e que estavam cortadas as linhas de quase 880 mil assinantes do serviço telefónico em Iwate e Miyagi.
Sobre os serviços de telefone móvel, o balanço referia que hoje de manhã continuavam inoperacionais 11,4 mil bases dos maiores operadores.
A dimensão da tragédia é também ilustrada pela dimensão da operação de socorro.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, elevou hoje para cem mil o número de socorristas (da SDF) a enviar para as áreas mais atingidas, que faz desta operação a maior de sempre no País, de acordo com a imprensa japonesa, que refere ainda que é também cada vez maior o número de equipas de socorristas estrangeiros que estão a chegar ao País.
A notícia diz que 69 governos e cinco instituições internacionais já se disponibilizaram para ajudar o Japão.
A imprensa também diz que já foi retirado o aviso de risco de tsunami que se mantinha em vigor para a costa do Pacífico entre Hokkaido e Kyushu.
O grande sismo ocorreu às 14h46 locais (5h46 em Lisboa) de sexta-feira e o epicentro foi localizado a 373 quilómetros a Nordeste de Tóquio, ao largo do município de Miyagi.
Seguiu-se um tsunami, com ondas de dez metros de altura que varreram tudo pela frente até dez quilómetros em terra.
Os efeitos do tsunami fizeram-se sentir em vários países costeiros do Pacífico, mas de forma ligeira.
Cálculos de cientistas citados pela CNN dizem que o sismo de sexta-feira parece ter provocado uma deslocação da principal ilha do Japão em 2,4 metros.
Essa é a deslocação registada numa estação GPS e confirmada por mapas da Geospatial Information Authority do Japão, de acordo com m cientista da U.S. Geological Survey dos EUA citado pela CNN.
A estação de televisão também refere que cálculos do Instituto de Geofísica e Vulcanologia de Itália dizem que o sismo provocou uma deslocação do eixo da terra em cerca de dez centímetros.
A mesma notícia refere, citando um cientista japonês, que o sismo ocorreu numa área de 400 quilómetros de comprimentos por 160 de largura, onde as placas tectónicas de deslocaram mais de 18 metros.
O Japão fica no chamado “anel de fogo”, designação de uma área de intensa actividade sísmica que vai da nova Zelândia, no Pacífico Sul até ao Alasca.
A mais recente informação oficial do Japão diz que o sismo de sexta-feira, a que já se seguiram centenas de réplicas, teve uma intensidade de grau 9, uma pequena variação na escala relativamente à informação inicial (8,9), mas que significa que teve o dobro do potencial destrutivo, sendo similar ao que ocorreu na Indonésia em 2004 e que provocou o tsunami que matou mais de 200 mil pessoas numa dezena de países do Pacífico.
A diferença é que neste caso, os países atingidos não estavam tão preparados quanto o Japão para enfrentar um desastre dessa dimensão, salientam cientistas.
Em todo o caso, a destruição causada pelo sismo e tsunami de sexta-feira é imensa, como o mostra um trabalho publicado online pelo “The New York Times”, em que mostra fotografias de satélite de Ishinomaki, Natori, Sendai, Yuriage, Arahama, Ishinomaki e Aeroporto de Sendai de 4 de Abril e de ontem, depois do sismo e do tsunami.
O jornal destaca que o sismo de sexta-feira foi o mais forte de sempre no Japão e refere que em Sendai, capital de Miyagi, 1,4 milhões de pessoas ficaram sem electricidade e mais 500 mil estão sem água.
Fonte: Presstur.com
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