O bispo de Formosa (GO), José Ronaldo Ribeiro, o vigário-geral e outros quatro padres foram presos na manhã desta segunda-feira (19) suspeitos de desvio anual de R$ 1 milhão da diocese do interior de Goiás, aponta investigação do MP (Ministério Público) do Estado.
Parte do dinheiro foi usada, segundo a investigação, na compra de uma fazenda de gado e uma casa lotérica na cidade de Posse, também no interior de Goiás. As propriedades foram colocadas em nomes de "laranjas". Os investigados são suspeitos dos crimes de associação criminosa, apropriação indébita e falsidade ideológica.
Policiais civis cumpriram 13 mandados de prisão e dez de busca e apreensão nas cidades de Formosa, Posse e Planaltina. Entre os locais de busca encontra-se um mosteiro, além das casas dos suspeitos. Segundo o Evangelho, Caifás --nome dado à operação-- foi o sacerdote que entregou Jesus Cristo a Pôncio Pilatos.

Polícia acha dinheiro escondido em guarda-roupa de vigário

Ao cumprirem um dos mandados de busca e apreensão, policiais civis encontraram uma grande quantidade de dinheiro em espécie escondida sob o fundo falso do guarda-roupa do monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, em sua casa na cidade de Planaltina (GO). Pereira, que está entre os presos, é vigário-geral de Formosa (GO), cargo que corresponde ao segundo na hierarquia da diocese. 

"NÃO É MEU", DIZ VIGÁRIO-GERAL SOBRE DINHEIRO ENCONTRADO

Ao ser confrontado pelos agentes, o vigário-geral negou que o dinheiro pertencesse a ele. "Esse dinheiro não é meu, é da diocese."
As notas estavam acondicionadas em plástico. Policiais também encontraram uma caixa aberta com cédulas e moedas. "Esse é o dinheiro da coleta", afirmou o vigário-geral. A quantia apreendida ainda não foi contabilizada pelos policiais.
Também foram apreendidos aparelhos eletrônicos, notas promissórias e documentos contábeis da diocese. Contas bancárias dos suspeitos foram bloqueadas por decisão da Justiça goiana.

Investigação começou com denúncias de fiéis

A investigação foi iniciada em 2015 pelo MP-GO a pedido de 30 "leigos católicos apostólicos" que denunciaram irregularidades e uso indevido de bens da Igreja Católica por parte da direção da Cúria Diocesana de Formosa.